Aquilo que a Natureza desenvolveu para nós e estabeleceu firmemente é a vida no corpo. Ela efetuou certa combinação e harmonia dos dois elementos inferiores, mas mais fundamentalmente necessários, de nossa ação e progresso sobre a Terra – a Matéria, que, apesar dos muito etereamente espiritualizados poderem desprezá-la, é nosso alicerce e a primeira condição para todas as nossas energias e realizações, e a Energia-Vida que é nosso meio de existência em um corpo material e a base nele de nossas atividades mentais e espirituais. Ela alcançou de forma bem-sucedida certa estabilidade de seu movimento material constante que é ao mesmo tempo suficientemente estável e durável e suficientemente maleável e mutável para proporcionar uma moradia e instrumento aptos para a progressiva manifestação de deus na humanidade. É o significado da fábula no Aitareya Upanishad que nos diz que os deuses rejeitavam as formas animais sucessivamente oferecidas a eles pelo Divino Ser e apenas quando o homem foi produzido, eles gritaram, “Este de fato é perfeito,” e consentiram em entrar nele. Ela também efetuou um compromisso de trabalho entre a inércia da matéria e a Vida ativa que vive nela e a sustenta, através da qual não só a existência vital é mantida, mas os desenvolvimentos mais completos da mentalidade são possibilitados. O equilíbrio constitui o estado básico da Natureza no homem e é denominado na linguagem do Yoga seu corpo grosseiro composto do invólucro de alimento ou material e o sistema nervoso ou veículo vital[1].
[1] Annakoṣa e prānakoṣa
Fonte: A Síntese do Yoga, Introdução - As Condições da Síntese; Capítulo II - Os Três Passos da Natureza
Fonte: A Síntese do Yoga, Introdução - As Condições da Síntese; Capítulo II - Os Três Passos da Natureza