segunda-feira, 7 de maio de 2012

A Lei do Sacrifício, por Sri Aurobindo

A lei do sacrifício é a ação divina comum que foi disseminada no mundo em seu começo como um símbolo da solidariedade do universo. É pela atração dessa lei que um poder divinizador salvador desce para limitar e corrigir e gradualmente eliminar os erros de uma criação egoística e auto-dividida. Essa descida, esse sacrifício do Purusha, a Alma Divina se submetendo à Força e à Matéria, afim de animá-las e iluminá-las, é a semente de redenção deste mundo de Inconsciência e Ignorância.

Fonte: A Síntese do Yoga, Parte I - O Yoga dos Trabalhos Divinos; Capítulo IV -
O Sacrifício, o Caminho Tríplice e o Senhor do Sacrifício

sexta-feira, 16 de março de 2012

A importância da consagração dos trabalhos

"Mesmo para aqueles cujo primeiro movimento natural é uma consagração, uma entrega e uma resultante transformação inteira da mente pensante e seu conhecimento, ou uma consagração, entrega e transformação totais do coração e suas emoções, a consagração dos trabalhos é um elemento necessário nessa mudança. De outro modo, embora eles possam encontrar Deus em outra vida, eles não serão capazes de realizar o Divino na vida; a vida para eles será uma inconseqüência não-divina sem sentido. Não será para eles a verdadeira vitória que deve ser a chave do enigma de nossa existência terrestre; seu amor não será o amor absoluto triunfante sobre si, seu conhecimento não será a consciência total e o conhecimento todo-abrangedor."

Sri Aurobindo

Fonte: A Síntese do Yoga, Parte I - O Yoga dos Trabalhos Divinos; Capítulo III - Auto-Entrega nos Trabalhos - O Caminho do Gita

segunda-feira, 5 de março de 2012

O Campo de Ação do Yoga Integral


"A vida, não um Além silencioso e remoto ou estático altamente elevado – a Vida por si só, é o campo de nosso Yoga. A transformação da maneira humana de pensar, ver, sentir e ser fragmentária e estreita, superficial, numa consciência espiritual ampla e profunda e numa existência exterior e interior integradas, e a transformação de nossa vida humana ordinária no modo de viver divino deve ser seu propósito central. O meio para este fim supremo é uma auto-doação de toda nossa natureza ao Divino. Tudo deve ser dado ao Divino dentro de nós, ao Todo universal e ao Supremo transcendente. Uma concentração absoluta de nossa vontade, nosso coração e nosso pensamento nesse Divino múltiplo e único, uma auto-consagração sem reservas de nosso ser inteiro ao Divino somente – este é o movimento decisivo, a virada do ego para Aquilo que é infinitamente maior que ele, sua auto-doação e indispensável entrega."

Fonte: A Síntese do Yoga, Parte I - O Yoga dos Trabalhos Divinos; Capítulo III - Auto-Entrega nos Trabalhos - O Caminho do Gita

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Resumo das Obras de Sri Aurobindo

Sri aurobindo iniciou sua prática de Yoga em 1905.
Dentro de alguns anos realizou algumas experiências espirituais fundamentais. Em 1910 se afastou dos movimentos políticos e se mudou para Pondicherry para se concentrar em seu trabalho e em sua vida interior.
Ao longo dos próximos 14 anos, desenvolveu um novo caminho espiritual, o Yoga Integral, cujo objetivo final é a transformação da vida através do poder da consciência supramental.
Em 1926, com a ajuda da Mãe, sua colaboradora espiritual, fundou o Ashram Sri Aurobindo.
Sua visão é apresentada em numerosos trabalhos em prosa e poesia, dentre os quais alguns foram escritos por ele (outros, foram anotações de discípulos ou compilações)
Para nos situarmos, suas obras escritas:

A Síntese do Yoga (Introdução publicada em português com o nome "A Vida Toda é Yoga", pela Casa Sri Aurobindo, de Belo Horizonte)
Savitri (parte I recentemente publicada pela Associação Nacional de Yoga Integral)
The Life Divine (A Vida Divina)
The Secret of the Veda
The Upanishad I-II
Essays on the Gita
The Renaissance in India and Other Essays on Indian Culture
The Human Cycle

Os Estudos da Filosofia do Yoga Integral acontecem toda sexta-feira, no Samyama, Tijuca
Rua Barão de Mesquita, 205 -B
Rio de Janeiro

Mohanna Shakti.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Valor da Base Material e Vital bem estabelecida para a Manifestação Espiritual

Aquilo que a Natureza desenvolveu para nós e estabeleceu firmemente é a vida no corpo. Ela efetuou certa combinação e harmonia dos dois elementos inferiores, mas mais fundamentalmente necessários, de nossa ação e progresso sobre a Terra – a Matéria, que, apesar dos muito etereamente espiritualizados poderem desprezá-la, é nosso alicerce e a primeira condição para todas as nossas energias e realizações, e a Energia-Vida que é nosso meio de existência em um corpo material e a base nele de nossas atividades mentais e espirituais. Ela alcançou de forma bem-sucedida certa estabilidade de seu movimento material constante que é ao mesmo tempo suficientemente estável e durável e suficientemente maleável e mutável para proporcionar uma moradia e instrumento aptos para a progressiva manifestação de deus na humanidade. É o significado da fábula no Aitareya Upanishad que nos diz que os deuses rejeitavam as formas animais sucessivamente oferecidas a eles pelo Divino Ser e apenas quando o homem foi produzido, eles gritaram, “Este de fato é perfeito,” e consentiram em entrar nele. Ela também efetuou um compromisso de trabalho entre a inércia da matéria e a Vida ativa que vive nela e a sustenta, através da qual não só a existência vital é mantida, mas os desenvolvimentos mais completos da mentalidade são possibilitados. O equilíbrio constitui o estado básico da Natureza no homem e é denominado na linguagem do Yoga seu corpo grosseiro composto do invólucro de alimento ou material e o sistema nervoso ou veículo vital[1].


[1] Annakoṣa e prānakoṣa

Fonte: A Síntese do Yoga, Introdução - As Condições da Síntese; Capítulo II - Os Três Passos da Natureza

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Como Sri Aurobindo chegou ao Yoga Integral

"Nós reconhecemos então, nos desenvolvimentos antigos do Yoga, uma tendência especializada e separada que, como tudo na Natureza, teve sua utilidade justificada e mesmo imperativa e nós buscamos uma síntese de objetivos e métodos especializados que deve, como conseqüência, vir a ser. Mas para que possamos ser sabiamente guiados em nosso esforço, devemos conhecer primeiro, o princípio geral e o propósito por detrás deste impulso separativo e, a seguir, as utilidades particulares sobre as quais o método de cada escola do Yoga está fundamentado. Com relação aos princípios gerais devemos interrogar os trabalhos universais da Natureza em si, reconhecendo nela não apenas a atividade meramente especial ou ilusiva de uma Maya que distorce, mas a energia cósmica e o trabalho do próprio Deus em Seu ser universal sendo formulado e inspirado por uma Sabedoria vasta, infinita e mesmo minuciosamente seletiva, prajñã prasrtã purãni do Gita, Sabedoria originada do Eterno desde o início. Com relação às utilidades particulares devemos lançar um olhar penetrante sobre os diferentes métodos do Yoga e distinguir dentre a massa de seus detalhes a idéia governante à qual eles servem e a força radical que dá nascimento e energia a seus processos e efetuação. Em seguida, poderemos mais facilmente encontrar o princípio comum e o poder único comum a partir do qual todos derivam seu ser e suas tendências, em direção à qual tudo se move subconscientemente e na qual, entretanto, é possível para todos se unificarem conscientemente."

Fonte: A Síntese do Yoga, Introdução - As Condições da Síntese; Capítulo II - Os Três Passos da Natureza

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Objetivo do Yoga

"Nenhuma síntese do Yoga pode ser satisfatória  que não reúna, em seu objetivo, Deus e Natureza numa vida humana aperfeiçoada e liberada, ou em seu método, não apenas permita mas favoreça a harmonia de nossas atividades internas e externas, e experiências na consumação divina de ambas. Pois o homem é precisamente aquele termo e símbolo de uma Existência superior que desceu num mundo material no qual é possível para o inferior se transfigurar e colocar-se na natureza do superior e o superior revelar-se em formas do inferior. ..
O verdadeiro e completo objeto e utilidade do Yoga pode ser alcançado apenas quando o Yoga consciente no homem tornar-se, como o Yoga subconsciente na Natureza, externamente contíguo com a vida em si e podermos mais uma vez, olhando tanto para o caminho quanto para a realização, dizer num sentido mais perfeito e luminoso: “A Vida Toda é Yoga”."

Fonte: A Síntese do Yoga, Introdução, capítulo I - a Vida e o Yoga

O que é Yoga, segundo Sri Aurobindo

"Na visão correta, tanto da vida quanto do Yoga, toda vida é consciente ou subconscientemente um Yoga. Queremos dizer por este termo um esforço metodizado em direção à autoperfeição por expressão das potencialidades latentes no ser e uma união do indivíduo humano com a Existência universal e transcendente que nós vemos expressos parcialmente no homem e no Cosmos. Mas toda vida, quando nós olhamos atrás de suas aparências, é um vasto Yoga da Natureza tentando realizar sua perfeição numa expressão cada vez mais crescente de suas potencialidades e unir-se à sua própria realidade divina. No homem, seu pensador, ela pela primeira vez sobre esta Terra elabora meios autoconscientes e arranjos intencionais de atividade através dos quais este grande propósito pode ser mais rápido e pungentemente alcançado. Yoga, como Swami Vivekananda dizia, pode ser considerado como um meio de compressão da evolução do indivíduo numa única vida ou em alguns anos ou até mesmo em alguns meses de uma existência corpórea.  Um dado sistema de Yoga, então, não pode ser mais que uma seleção ou compressão, numa forma mais estreita porém mais intensa e energética, dos métodos gerais que já são usados dispersamente, amplamente, em um movimento descompromissado, com um desperdício aparente e profuso de matéria e energia mas com uma combinação mais completa [realizada] pela grande Mãe em seu vasto trabalho de ascensão. É apenas essa visão do Yoga que pode formar a base de uma síntese sólida e racional dos métodos Yóguicos.  Só então o Yoga cessa em aparentar algo místico e anormal que não tem relação com os processos ordinários da Energia-Mundo ou com o propósito que ela tem como objetivo em seus dois grandes movimentos de autopreenchimento subjetivo e objetivo; revela-se então como um intenso e excepcional uso de poderes que ela (a Natureza) já manifestou ou está progressivamente organizando em suas operações menos exaltadas, porém mais gerais."

Fonte: A Síntese do Yoga, Introdução, capítulo I - a Vida e o Yoga

A SÍNTESE DO YOGA, o livro

A SÍNTESE DO YOGA

Este livro é uma das obras magnas de Sri Aurobindo, em que ele descreve em detalhes os Fundamentos do Yoga proposto por ele. O que é o Yoga Integral, Seus motivos, Sua origem, Seu método, e Sua Proposta de forma clara e ampla.
Na minha opinião, deveria ser o livro de cabeceira de todos aqueles que se propõem a conhecer e praticar o Yoga Integral.

A Introdução, que possui 5 capítulos, já foi integralmente traduzida e publicada, em 1975, pela Casa Sri Aurobindo, que na época era sediada na Bahia, com o nome "a vida toda é Yoga".
(a CASA, que agora se encontra em Belo Horizonte, nos disponibilizou alguns exemplares para venda)

A Parte I, O YOGA DOS DIVINOS TRABALHOS, possui 13 capítulos, nos quais estamos imersos no momento.

A Parte II trata dO YOGA DO CONHECIMENTO INTEGRAL, com 28 capítulos

A Parte III, O YOGA DO DIVINO AMOR, possui 8 capítulos

A Parte IV, O YOGA DA AUTO-PERFEIÇÃO, possui 25 capítulos.

Cada capítulo é um mergulho no tema, de forma profunda, ampla e ao mesmo tempo sintética e poética. Compartilhamos com vocês alguns trechos que mais marcaram nossos estudos, sempre com a intenção de trazer inspiração e conduzir em algum momento o leitor aos textos originais.

Boa Prática!

Mohanna Shakti.